27 de fevereiro de 2010

Pedra

Pequena, te sentes vigiada?
Te sente mínima perto de todos?
Tão grande que não cabe em ti?
Te sente mal, te sente feia?
Feia por dentro e por fora?
Teu sorriso já é tão sem vontade, tão falso
O que há com tu, pequenina?
Tão nova e já tão aflita... Os teus desejos estão tão opostos!
Teus pensamentos se embaralham e batem de frente
Ao menos se tu conseguisses chorar, minha menina... Te daria meu colo para quem sabe nele teu pranto se calar.
Porém, infelizmente nem o teu pranto tem som, tua tristeza não tem expressão e não há interpretação que traduza o que tu queres dizer
Tuas emoções foram atrofiadas? Aonde foram morar tuas expressões, pequena atriz?
Tuas paixões não quiseram ir embora e morreram em ti sem abandonar seu corpo?
A vida que existe em ti está doente, me parece até morta.
Brilha, pequena flor
Que de pequena só tens a ingenuidade
Brilhe propriamente mais uma vez e sem interrupções
Que o Sol é teu irmão mais velho e sozinho brilha sem de ninguém precisar.

20 de fevereiro de 2010

Preciso me encontrar

Deixe-me ir, preciso andar,
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Deixe-me ir, preciso andar,
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Quero assistir ao sol nascer
Ver as águas dos rios correr
Ouvir os pássaros cantar
Eu quero nascer, quero viver
Deixe-me ir, preciso andar,
Vou por aí a procurar
Rir pra não chorar
Se alguém por mim perguntar
Diga que eu só vou voltar
Depois que me encontrar



Candeia

17 de fevereiro de 2010

Não te esperava

Ás vezes eu me olho no espelho, tentando perceber alguma resposta a tudo isso.
Me pergunto se a flor desabrochará no meio de tanta praga.
Me pergunto se o sol vai realmente nascer depois dessa longa noite escura.
Estou nadando contra a corrente e pergunto ao reflexo do espelho o que devo fazer.
A moça me olha, eu tento entendê-la, mas antes que eu consiga, dos seus olhos caem lágrimas e mais lágrimas que me deixam ainda mais fraca.
Estou perdida e cega entre tantos obstáculos
Hoje eu sou estrela sem brilho, sou ferida aberta que quando tocada inflama irremediavelmente
Hoje sou reflexão e simultaneamente revolta
Hoje sou mais paradoxal que ontem
Hoje eu sou confusão.

2 de fevereiro de 2010

Com licença poética: Adélia Prado

Quando nasci um anjo esbelto,
desses que tocam trombeta, anunciou:
vai carregar bandeira.
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada.
Aceito os subterfúgios que me cabem,
sem precisar mentir.
Não sou feia que não possa casar,
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor.
Mas o que sinto escrevo. Cumpro a sina.
Inauguro linhagens, fundo reinos
— dor não é amargura.
Minha tristeza não tem pedigree,
já a minha vontade de alegria,
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida é maldição pra homem.
Mulher é desdobrável. Eu sou.

1 de fevereiro de 2010



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