12 de agosto de 2009

As minhas meninas



Conheci algumas no ano de 2.006... As conheci numa época boa para mim, nunca época ingênua, numa época cega, numa época esperançosa, numa época em que eu ACHAVA que era ansiosa, ACHAVA que era ambiciosa, ACHAVA que estava com pressa...
Ao conhecê-las, minhas mãos eram tremulas, as palavras que eu dizia eram calculadas em cada detalhe. Eu queria agradar, somente agradar, e um dia me sentir amiga delas, que nem elas eram: Fotos e fotos no orkut, depoimentos, trocadilhos e conversas nas entrelinhas.
Algumas moravam no Rio, eu já amava aquela cidade... E a cada dia que conversava com cada uma, pensamentos comuns e semelhanças ficavam à mostra. A que me "achou", lá em Miami... tão longe...
E as dúvidas brotavam: Porque elas estão tão longes? Se os momentos em que mais estou feliz é quando estou na frente do computador, isto é, com elas? Porque não as tenho aqui?
Essas dúvidas faziam meu coração se encher, cada vez mais, de carinho, de vontade e de VALORIZAÇÃO de cada uma delas.
A amizade crescia, crescia... E eu ia conseguindo o que eu sempre quis: uma amizade CONCRETA, apesar da distância.
Discussões, -pouquíssimas-, afastamentos... Tudo típico de uma boa amizade. Com o passar do tempo, eu ia conhecendo outras: amigas das amigas, pessoas que eu já queria conhecer, pessoas que surgiram do nada...
Enfim, todas, sem exceção, longe de mim!! Rio de Janeiro, São Paulo, Miami... Chega!
O primeiro momento de encontro físico foi simplesmente SURREAL... Eu me senti a pessoa mais feliz do mundo! Eu queria tomar aquela cidade com todas as forças... Eu queria agarrar o Rio de Janeiro, eu queria juntar todo mundo num lugar e ficar lá para sempre. Eu queria morrer na praia, mas não queria sair de lá.
O que eu não sabia era...
Que o vínculo, há, o vínculo que eu tinha com elas, não era nada! Que o que eu tinha em comum com elas, não era nada em comparação a que eu tenho hoje! Que elas não eram simplesmente minha base, mas sim o meu mundo, o meu mundo paralelo, que está do lado de fora do real!!
Que muitas outras vezes eu iria à Cidade Maravilhosa, que iria conhecer mais pessoas maravilhosas, que iria me divertir mais ainda, que iria encher, cada vez mais, o meu coração, de pessoas amadas! De pessoas distantes... De pessoas protagonistas de mais uma história do amor separado pela distância.
Que separado, que nada! Posso falar? Nunca vi tanta união em uma só amizade. Nunca vi uma amizade conseguir construir barreiras pro mal que nem a minha com a dessas moças!
Nunca vi alguém viver tão feliz como eu ao lado delas! Nunca vi tanta sinceridade e pureza... Nunca vi tanta música brotar dessa história! Nunca vi alguém que entenda esse reboliço de sentimentos!
Eu AMO tanto essas pessoas... Talvez muito mais do que eu vá amar alguém!
E, atualmente, somos um só: Estamos juntas, sempre. Ligadas. O fio que nos une e nos separa, os sinais que a gente ouve, a saudade d'oces, a nossa vontade de ter os nossos sorrisos no correr da nossa hora, e toda uma trilha sonora...

Preciso agradecer: Preciso agradecer ao carinho depositado em mim! A confiança, ao amor, a paciência... Paciência de pegar uma menina de 12 anos pra praticamente... CRIAR! Por ter colocado no meu coração um sentimento tão bom, bom terem feito meu ser crescer, cada vez mais. Agradecer, as que eu nunca vi. Agradecer as que eu conheci a meses. Agradecer as que eu só vi uma vez. Agradecer as que eu já enjoei de ver (ok, nunca). GRATIDÃO é a palavra certa!!
Porque ninguém se sente tão bem quanto eu em chegar no RJ, em sentar numa mesa de bar com vocês, em ver vocês doando um pedacinho de vcs A MIM!
Ninguém se sente tão bem em saber que daqui há uma semana uma pilha de sentimentos vão chegar até mim: Aos pouquinhos, vão chegando pessoas amadas, na minha Cidade... No meu convívio!!! Não dá pra acreditar!
Eu, ao lado de vocês, sou criança boba com brinquedo na mão. Ao lado de vocês, eu sou mulher apaixonada. Ao lado de vocês, NÃO FALTA NADA PRA EU SER FELIZ.

Quero mostrar um mundo. Quero mostrar a minha casa, a minha cidade, minhas outras amizades, minha família e até minha gaveta de lembranças. Quero VOCÊS EM MIM!


EU AMO MUITO.
OBRIGADA!

10 de agosto de 2009

Adelaide.

Estou na sala de piano agora....
Sentada na cadeira, me procurando entre as linhas do papel...
Meu café reflete uma imagem que eu, realmente, não conheço. Chega a dar um nó na garganta...
Tenho recebido cartas de uma tal Adelaide.
Ela diz ser um anjo, e tem me guiado...
As cartas começam com um cabeçalho, aonde escritas estão: a data que ela me enviou, e a data que lerei...
Impressionante: Se me atraso, ela sabe, e, por isso, escreve exatamente a data que eu, de fato, lerei o que ela me escreveu.
Voltei da caixa do correio há pouco, e por isso minhas mãos estão trêmulas e talvez minha letra não fique a mesma... Tenho muito medo do que posso ler.
Porém, a curiosidade e a vontade de saber viver emitem uma força sobre o meu corpo, e eu levo a minha mão até a abertura do envelope...

"Algum lugar do infinito, 23 de setembro de 1955
(Escrita no dia 12 de setembro de 1955)

Querida Bárbara,

Gostaria de dar continuidade a primeira carta que lhe enviei, em junho.
Tenho passado os dias te observando... Não me impressiona sua pressa de vida, a sua indecisão e a sua mudança de planos seguidas de choros.
Mas me preocupa a sua euforia de viver, que te cega.
Olhe para frente, agora.
O que vê?
O piano não é a única coisa que de fato está na sua frente, querida.
A sua frente, uma legião de anjos lhe observa
A sua frente, crianças estão a sorrir, pessoas felizes estão a correr,
E eu, estou sentada, escrevendo para você...
Você que não me vê, mas pode me ler, e até talvez, seguir minhas palavras.
Talvez não devesse interromper sua estadia em seu plano, mas acho justo.
Está no caminho certo, mas pense que pode não estar enfrentando-o de forma correta.
Seguiremos juntas nessa caminhada. Serei ausente na medida certa, e estarei ao seu lado em cada passo...

Adelaide"


Estou confusa com o recado de Adelaide...
Se não a impressiono com a pressa da vida, porque a minha euforia de viver lhe preocupa, e o pior... Me cega?
A vida... Ela quer dizer que a vida já está na minha frente!
As crianças, sim, as crianças estão sorrindo, e as pessoas correndo porque elas estão... vivendo!!!
Minha cabeça está a mil. Quantas intepretações posso fazer dessas palavras...
Espero ansiosamente a próxima carta..
Tomo meu gole de café amargo, passo a mão no rosto e me pergunto:
O que será de mim, quando levantar dessa cadeira?

O piano toca.


"I am colorblind,
Coffee black and egg white.
Pull me out from inside.
I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am
Taffy stuck, tongue tied,
Stutter shook and uptight.
Pull me out from inside.
I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am...fine.
I am covered in skin.
No one gets to come in.
Pull me out from inside.
I am folded, and unfolded, and unfolding.
I am,
colorblind,
Coffee black and egg white.
Pull me out from inside.
I am ready.
I am ready.
I am ready.
I am...fine.
I am.... fine.
I am fine."

9 de agosto de 2009

Achei na internet, bonito...

"Me apaixonar. Amar e ser amada. Olhar, beijar, mostra para os amigos. Contar para a família. Sair para jantar. Tornar público. Ouvir aprovações. Ciúmes. Chorar ao som das músicas tocadas no rádio. Fazer meses, fazer anos. Pedir um convite a mais. Durar. Noivar. Tirar fotos. Fazer jantar. Assistir a um filme, cuidar.
Tudo isso, tão bela e real aos olhos da maioria. Eu mesma, presencio novos casos como esses a cada dia. Mas nunca comigo, estranho...
Me apaixonei, amarei e serei amada. Nos olhamos e nos olharemos, nos beijaremos. Talvez, daqui há um bom tempo, nos mostraremos para os nosso amigos. Talvez nunca contarei para a família. Sairemos para jantar, como bons amigos. Tornaremos público? Provavelmente sim, para um grupo restrito... Ouviremos pouquíssimas aprovações. Não terei ciúmes, já estou tão (mal)acostumada, que até dividir seria normal. Choro com músicas de letras melancólicas e talvez mais proibidas, via fone de ouvido, no baixo volume... Gostaria de fazer meses, amaria fazer anos. Não poderia ter motivos para pedir um convite a mais. Talvez dure. Nunca noivarei. Tirei e tirarei fotos, como bons amigos. Fazer jantar, sim, numa viagem, ou numa "sumida"... assistir e cuidar, é, da mesma forma.
Se eu pudesse escolher, tiraria os verbos do futuro. Se pudesse, viveria minha vida seguindo o primeiro parágrafo. Mas não escolhi na hora de amar. E agora, sim:
Eu escolho, eu resolvo me amar. Eu escolho gostar de gostar. É do meu mor que eu gosto, assim, sem tirar nem pôr: gosto do seu cheiro, do seu carinho, da sua voz, sim, das suas mãos. Quantas mães de família, atualmente, lamentam seu amor mal-vivido, quantas dessas não dariam tudo para estar, como eu, à flor da pele...
Tenho o melhor momento. Talvez não a melhor consequência, ou o melhor motivo...
Então, que o tempo passe, que o verbo seja conjugado no presente e no passado. Que a vida me tome de emoções, que a flor desabroche, que a champagne seja aberta, a ceia seja feita, que as folhas velhas sejam arrancadas. Pois eu quero sentir o cheiro do novo, quero sentir o que o mundo me mostra e eu somente vejo.
Quero sair do casulo, quero ser borboleta colorida a voar.
No meu céu, no seu céu... Será mesmo que ele é o mesmo?

... No momento, eu te amo... "


Daí lembrei de alguns trecho musicais:

"Nem quero pensar se é certo querer..."
"Eu te amo calado, como quem ouve uma sinfonia de silêncio e de luz... Nós somos medo e desejo, somos feitos de silêncio e som..."



Bjs!!