13 de junho de 2011

Na parte superior da página 19 do livro Budapeste:

No mesmo banco
Debaixo da mesma árvore
Olhando para a mesma Lua
Sentindo aflorar os mesmos sonhos
O que os prende, e com que finalidade?
Se na volta completa do relógio é o mesmo céu que abriga?
Se nos intervalos da vida é sempre a poesia presa que reclama?
No livro que chama
No filme que questiona
Continua sendo você
Sonho meu, o assunto principal
Qual é a combinação perfeita de palavras que abre a tua liberdade?
Que poesia te faz pássaro para sair voando de minhas costas?
Qual é o toque que te realiza
E a manhã que te inicia?
Estou farta de ser convicta
Mas amo a certeza da sua existência
E nenhuma explicação existe
Salvo a de que você nada mais é do que
O fruto do meu amor
Comigo mesma
O rebento único e impossível
Um sonho posto na prateleira de uma vida
Vá embora não
Que há de haver algum lugar
Algum imenso casarão
Onde só sim
E sem não

2 comentários:

  1. Fiquei arrepiada!! Esse cara é demais, né? Puts.

    ResponderExcluir
  2. Ele é, não é à tôa que tanto amo...
    Mas o texto é meu, viu, Tai?
    Obrigada, muito, sempre.

    ResponderExcluir