12 de março de 2009

O teatro que há em mim.



Um desejo enorme e profundo surgiu no meu coração quando eu tinha 5 anos. Um desejo que surgiu num piscar de olhos, sem mais, nem menos. Sem conhecimento e experiência, passei anos de minha vida sonhando, apenas, e não praticando. Quando comecei a fazer aulas de teatro, achei que já podia ser chamada de atriz, e, ingênua, lágrimas de emoções deixei correr.
Hoje em dia, após 3 anos, seguindo para a oitava peça, meu pensamento é outro. Acho que ainda vai demorar para chegar o dia em que direi: "Sou atriz" com o mínimo conforto, que seja.
Simplesmente porque tenho a consciência de que em 3 anos não rendi o que poderia ter rendido.

Não estou satisfeita com tanta coisa...

Naquele palco, onde ponho os meus pés toda semana, eu me sinto outra pessoa. Porém, ainda não tenho certeza que atuo, de verdade.

Talvez mostre um lado que gostaria de mostrar... Ou então extravaso o sentimento que preso está dentro de mim.

Isso é certo? É que nunca me deram o manual de instruções de uma atuação.

Apesar de tudo isso, o cheiro do teatro me deixa arrepiada. Ouvir um diretor comentar sobre uma cena, ou falar da história do teatro deixam meus olhos brilhando. A energia é tanta que meus braços pesam. Minha mão fica gelada e eu sinto frio na barriga só no olhar para a platéia.

A música, acompanhada dos holofotes deixam o meu coração aos pulos. E eu chego num ponto do meu pensamento que me deixa muito confortável. Acho que ali, naquele momento, em que tenho o meu espaço em uma cena, sou completamente feliz.

Nas férias do teatro - os meses mais ocilantes do ano -, eu vejo muitos filmes, assisto à peças e ouço músicas. As idéias vem como um clarão na nossa mente.

Mas por incrível que pareça, quando volto ao meu estado normal, parece que elas me fogem.

Pego o meu texto, entendo-o, e imagino-o de uma forma.

E essa forma segue até os aplausos da platéia.

Não sei se isso é bom... Existem N maneiras de se fazer um personagem. Acho que devia sempre observar todas elas. Mas eu não consigo.

É por isso que, a cada semestre, a cada peça, eu me esforço mais.

Amo o teatro. E por sonhar, por tentar e me esforçar, amo intensamente.

Gostaria de ouvir grandes atores, de entender o pensamento de cada um deles.

Muitas vezes o meu erro está em mim. No meu equilibrio pessoal, psicológico.

As vezes esse erro nem existe... Posso estar apenas em um processo de crescimento na área.

Confesso que isso me deixa confusa.


Vou tomar um café e pensar no assunto.

Boa noite.

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