12 de setembro de 2010

Vivo em um mundo que não me pertence.


Não vou ser nada que já não me caiba.
E me satisfaz ser o que já me coube em um passado nem tão distante...
Saudade do video-game. Do rock. Das amigas.
Da casa e da chuva na fazenda.
Do início de uma vida ainda tão nova e já tão esquecida...
Uma ansiedade-vontade do passado.
Uma saudade pressentida do futuro.
A insistência do clichê:
Saudade da inocência, do não saber por não querer, da pressa boa, da imunidade merecida.
Saudade dessas de amor...
Vontade exacerbada de um mundo que nem parecia tão complicado.
De cor mais azul, onde desrespeito, violência e incompreensão eram palavras de ouvido, que assustavam, mas não conseguiam fazer alusão ao mundo que hoje me coloco.

Pequenas vidas, se fechem sim na bolha.
Pintem sim os seus mundos e, se puderem, adiem a vinda para o mundo-moinho.
Aqui a felicidade é falsa e passageira por saber-se como tal.
Não se é triste com o corte no pé.
Mas já não se sabe se de fato é tristeza o que sentimos a cada pulsar do coração.
Aqui nem mesmo ela é muito liberada
para quem sonha.
É limitada, porque a covardia também deve ser momentânea e falsa.

Um mundo moinho que pede amor.

Esse é o grande desafio.

Se pudesse,
parava o relógio pra que mais tempo vocês pudessem viver nesse mundo bom - fantasiado, mas onde é mais facil amar.
Assim tambem retardaria a obrigaçao de viver minha coragem à luta que me espera.

Mas é claro que as horas ficariam insatisfeitas e voltariam a me roubar os tentos...

Logo eu ali de novo.



(Espero o tempo em que o mundo ame. Amarei mais facilmente.
Mas todos sabemos que não se trata de soluçao
Trata-se de consequência.

Eu moro aqui.)

Um comentário:

  1. "Uma existência é um ato.
    Um corpo - uma veste.
    Um século um dia.
    Um serviço - uma experiência.
    Um triunfo - uma aquisição.
    Uma morte - um sopro renovador.
    Quantas existências, quantos corpos, quantos séculos, quantos serviços, quantos triunfos, quantas mortes necessitamos ainda?"
    Te amo incomensurávelmente.
    MM

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