26 de setembro de 2009

Prisão Interior

Os meus mais profundos sentimentos eu não consigo explicar. Eles são maiores do que todas as ostentações, eles são intensos e pulsantes, gritantes, chorosos e imortais. Eles estão presos; mas de nada adianta. A sentença diminui e a fraqueza, que não deixa de ser fome de força, aumenta. A fúria é dobrada. Eles sonham com a paz e presenteiam-me com a raiva e com a pressa. Eles contam histórias do mundo lindo que eles anseiam, e em seguida me mostram a densidade das grades que lhe cercam. Elas são tão contraditórias... Tanto, que vejo na cela da frente outros sentimentos abrindo-as, saindo e vivendo a liberdade com tamanha facilidade. Esses sentimentos são meus; de fato, me pertencem... Porém, presa também estou? Que dor é maior? Ser a cela que prende seus criados, sentindo a dor em suas paredes físicas, sendo amplificador das suas vozes e ouvindo suas angustias ou vê-los sofrendo, ao sonhar com o dia da libertação plena e, nisso... Cadê? Tudo, menos a cadeira elétrica...

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