27 de fevereiro de 2011

"Eram os meus nos teus e os teus nos meus como olhos que dizem adeus"

Estou queimando debaixo do cobertor.
Porque quando você vem visitar meus pensamentos, quando entra na frente de qualquer pessoa e qualquer devaneio que me habita - e me encara com esses olhos de dias passados, esse cabelo de agosto, essa boca de junho, essas mãos de sempre, meu sangue fica querendo sair por qualquer lugar. Aqui fica quente e ele sempre querendo chamar sua atenção. Não deve ele saber que no mundo em que vivo não existe você. Existe, e muito, aqui onde você me olha. Lá nas entranhas. Enquanto você me adentra com o olhar, relembro não só coisas reais - se é que se chama algo de real, mas orgulho-me do subjetivo: do que fui na época que amei você (esse que existia). Orgulho-me de ter estado em alguns dias de sua vida. Como um cão faminto, acabo por aceitar, sim, migalhas, e me sentir mais que satisfeito por ter ouvido sua voz enquanto ninguém mais ouvia. Por ter tido o suor de suas mãos nas minhas - esse que pelo menos naquele segundo de ninguém mais foi. Alegro-me por ter ouvido sua gargalhada forte e sedutora. Por meus olhos um dia terem te visto, me alegro. Por ter um dia escrito meu nome, mesmo que em sua agenda telefônica. Por um dia ter estado em seu pensamento, assim, entrando na frente de pessoas talvez até mais importantes que eu. Te olhando e te encarando, chamando pra mim. Mesmo que não tenha me visto, ou que tenha me ignorado, alegro-me por um dia ter estado ai, nessa mente que é mãe de palavras tão belas, ideias tão grandes e tantas outras coisas que amo.
Obrigada por ter vindo me visitar. Estava me sentindo muito só... E pensando que o meu amor tão grande e bobo não era mais seu.
Agora vai, que preciso dormir.
Mas volta, tá?

Nenhum comentário:

Postar um comentário