11 de julho de 2013

Que eu sempre me perca em tamanha sede

"Toda mulher é um abismo de prazeres que rolamos sem tocarmos o fundo"
Balzac

E você sabe muito bem que no seu abismo eu me deixei despencar, e me perdi entre as montanhas e noites do seu corpo. O teu fundo eu desconheço, e é o desconhecido que me faz tanto te percorrer, e tanto te querer, e tanto me perder, me perder... A poesia não sai da minha boca, ela só fica falando que te quer beijar, que te quer encontrar - pra enfim te poder falar. A minha boca não quer só te falar, ela até cansou disso, ela quer te beijar, e os teus beijos deveriam aqui estar, a me encostar a barba, a me fazer arrepiar.
A taça está aqui, envolvendo o vinho encorpado que você tanto gosta. O vinho encorpado que eu tanto gosto. O tinto vinho que no seu corpo eu tanto gosto. 
Enfim, quero percorrer suas linhas como quem anda sedento pelo deserto - que nunca me faltem os seus sais, e que nunca me acabe a sede das tuas águas.

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