16 de julho de 2013

a dor da manhã nasce antes de acordar

tomei aquela cerveja ontem. aquela que te disse. e daí, acordei com saudade e meu peito doeu. acordei com uma saudade de algo que não foi, e todo esse blablabla. acordei com a saudade da semana que vem, porque te vi ontem, mas não amanhã não vou te ver hoje, e o tempo já me confunde as memórias, e, cacete, você já é uma memória e eu nem vi o tempo passar. o passado é mesmo esse saco fundo e breu que ninguém consegue conter - ele vai sugando as coisas de segundo em segundo, e você já tá lá. tudo vai para o breu do saco do passado. mas tem coisa que se multiplica, vai pro saco e se renova, e existe outra vez, e vai, e aparece, e vai pro saco, e surpreende, e vive de novo, e continua a inflar, a desabrochar, a acordar, e eu queria acordar olhando pro seu rosto. eu adoro a cara de sono, a cara limpa da vida. mas hoje eu acordei com dor no peito, porque te vi passar no meu sonho e já eram oito e meia quando olhei pro relógio.

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