15 de janeiro de 2010

Não mais que o infinito.


Eu sou feliz. Não como os pássaros, que voam sem destino numa contínua viagem ininterrupta por qualquer outra coisa se não a morte. Não como as ondas, que nadam indo e vindo infinitamente no mar que lhes pertence. Não como as ruas, que tem seu brilho eterno de todas as histórias que ali se passam. Não como as músicas, que contam histórias, que criam histórias, que nunca são mortas, com suas notas pairando pelo ar, podendo ser tocadas em qualquer plano. Não como eu mesma que não sou eu nas horas sem cinzas, nas horas que não são horas porque não passam. Nos passos que não são passos porque não andam. Não sou mais feliz que o eterno sol que me queima, aonde quer que eu esteja, nem mais feliz que o eterno axé que me rege. Não sou mais feliz do que essa densa e também eterna órbita em que me coloco que é infinita enquanto dura, sem intervalos doloridos, e sim, com um final feliz, talvez já programado. Deixo o meu Rio (que por ruas corre em mim) com os olhos secos e o coração transbordando. Fazer o que se agora eu compreendo, se o meu coração cada vez mais é acalentado, se a beleza divina me alimenta, se nada precisa mudar? Eu sou feliz, só não mais que a felicidade que me invade.

“Rio, rio, rio, rio pra não chorar. Pra quem não sabe, sou Rio a cantar!”

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