Uma madrugada típica
Sem café.
Só linha, só quadrado. Nada fluído.
A solidão: tevê. luz do banheiro acesa. gosto amargo na boca. dor nas costas.
Quero quebrar esse silêncio
Pra que dizer não a coragem se não tenho o que e a quem temer?
O passado já revi.
A mim já perdoei.
Agora eu sigo,
o mundo não pára de girar quando eu choro.
Vou buscar minha felicidade.
Vou sim abrir o peito.
Vou sim gritar meu mundo, vou sim defender meu pensamento.
Sou tão filha do Pai quanto minha mãe e meu pai.
Quanto o meu irmão.
Me sinto tão próxima dele como o mendigo na rua
e como a presidente do Brasil.
Ainda sei rezar, sentir paz, esperança e fé.
Ainda sei fazer caridade, sorrir e dançar.
E cada dia mais isso me é comprovado.
Eu tenho refúgio: aqui.
Porque a minha glória pode ser o teu fracasso.
e a sua glória
a minha fraqueza.
Eu tenho os meus limites.
E o meu além.
Eu confio por isso grito.
Agora eu vou falar.
Basta.
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