14 de novembro de 2010

Vou cuidar dos seus olhos para que me veja nº02.

Na verdade agora eu só queria o silêncio.

Porém, preciso, como sempre, dizer a que vim.

Vim para dizer que tudo o que posso tenho feito. Eu sempre amei você, e no âmago da minha alma, o que mais me dói é te ver triste.
Tenho tentado, dia trás dia, mostrar que estou ao seu lado. Tenho tentado fazer você sorrir, tentado te mostrar que não está sozinha.

Contudo, continua a gritar pela casa, com sua voz ácida, capaz de desabar mundos, que é sozinha. Que sempre foi sozinha.
Que não faz diferença.
Como não faz se a fase mais importante da minha vida te contém? Como não, como não, se a minha dor só tem você?

Como se eu nasci de suas entranhas?

Como se o seu choro é uma ferida que existe em meu coração, e cada queda dele pelo seu rosto é igual a abertura dessa ferida? Ferida que parece tão antiga. Tão velha. E não morre.

Acho mesmo que você está fatalmente apegada a dor. E não consegue abandoná-la.
Acho mesmo que se você está no fundo do poço, acabou ficando cega e não enxerga a mesma luz que eu.
Eu tento te dar a mão e sair do poço com você. Mas você não quer. Você fica. Você insiste em chorar a luz que existe, mas que você não vê.

O ESSENCIAL É INVISÍVEL AOS OLHOS.

Eu estou aqui, ainda que você não acredite. Talvez, com o tempo, eu recupere a confiança que você não tem mais em mim. Eu já estou tentando recuperá-la, não estou vendo muitos resultados, visto que você sempre repete essa sua solidão que, sinceramente, não existe. Porém, vou continuar tentando.
Vou te dar a mão.

Vou cuidar dos seus olhos para que me veja.
E sim, também vim para dizer que

te amo.

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