13 de setembro de 2011

Escrita inconclusiva de uma tarde cotitiana de terça-feira.

Estou com vontade de fazer um silêncio muito grande. Quando aqui dentro tem alimento suficiente para saciar a minha fome - que mais parece solidão, fico sem social alguma.

- Mas você gostou, não é, daquele show?
- Uhum.
- Você está chateada?
- Tranquila.
- Fica com essa cara estranha olhando pro lado...
- Não, tô quieta, só.

A verdade é que eu queria que o meu silêncio bastasse não só a mim mas ao mundo. Que nele todos os meus sentimentos pudessem ser transcritos de forma artística. Poética, nem tanto. Mas objetiva, seca e real.
Da realidade e da dignidade no meu sentimento sei eu. Mas colocá-los para fora com a verossimilhança que o silêncio guarda, não consigo. E acho que não hei de conseguir.
Por isso cada vez mais tenho medo de falar. Covardia em escrever e pouca questão de não deixar passar uma inspiração.
Tudo isso é muito proporcional à complexidade do que sinto. A minha inspiração, ao meu ver, nasce em um leito cheio de luz, prazer, imaginação... Mas antes mesmo de fazê-la fato...
Me estanco.
E paro.


[Nenhuma conclusão feita]
[Como no texto,
como em mim]

Um comentário:

  1. Esse negócio de conclusão, moral da história, finalidade... é tudo besteira. Eu gosto dos processos.

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