20 de setembro de 2013

É verdade - sempre tive você como alguém que iria me dar a mão. Por mais que você nunca a tenha estendido pra mim. Esperei os seus beijos. Estou aqui esperando seus abraços.
Diga o que quiser, talvez eu tenha mesmo te posto em um lugar ao qual você nunca vai pertencer.
Talvez ele não te caiba, ou seja grande demais pra te abrigar (esse lugar pode ser o coração).
Passa o tempo, eu sinto raiva às vezes (quase sempre), e a raiva é o avesso do amor: então ainda é amor.
Passa o tempo, e você não vem, e o que é que fazem os que esperam?
Eles esperam. Fui me adaptando à espera e ela é quase confortável pra mim, não duvide (aqui faz frio, não passa ninguém). Algumas posições machucam menos, especialmente aquela a que chamamos de 'em pé' (aqui faz muito silêncio. Parece que tá todo mundo esperando. Você também espera? Quem você espera?).
Estou em pé - meus pés pisam firmes o chão, às vezes eu caminho pelo espaço que me é dado, você ainda me machuca por não aparecer, mas estou em pé. Uma posição confortável é aquela que adormece. De início, dói, mas depois, se esquece. Eu ainda te espero, como sou burro, como você é burra, por que é que não abre a boca, eu não te mandei calar, os cachorros latem agora, isso me incomoda - você deve estar chorando em algum canto da cidade e eu estou muito ocupado à sua espera (somos todos idiotas num mundo de esperas).
Estou entre um dia e outro, perto do fim, à esquerda do quase e à direita do não, pode chamar esse lugar de esperança tola, então, é aqui que te espero, me acorde quando chegar.

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